A IMPORTÂNCIA DE CONSERVAR AS ÁREAS ARBUSTIVAS E DE FLORESTA

No sopé da Serra Morena, em direcção ao rio Guadalquivir, existem grandes extenções de olivais centenários, com um aproveitamento de carácter extensivo.

A elevada inclinação dos terrenos da Serra Morena, não permitiu que os terrenos fossem cultivados em toda a sua extensão, sobrando alguns recantos que conservam zonas de mato mediterrâneo, que intercalam as zonas de cultivo. Desta forma, as propiedades ainda se encontram limitadas por numerosas sebes, dando origem a uma paisagem composta, muito interessante.

Uma parte importante da superfície na zona de conexão, Cardeña/Andújar – Guadalmellato, manteve-se coberta por este tipo de aproveitamento, e com estas características.

Nestas zonas arbustivas e de floresta, manteve-se uma notável biodiversidade de flora e fauna, por vezes superando, a variedade de aves de inúmeros locais mais montanhosos. Do mesmo modo, a superfície e densidades de coelho são mais altas neste local, graças a uma paisagem disposta em mosaico, que oferece refugio e alimento.

Nas últimas semanas, vários vizinhos dos territórios de Villa del Río e Montoro, têm estado em contacto com a equipa de campo do Projeto LIFE, para informar sobre o avistamento de algum lince-ibérico. Até ao momento, são três os linces localizados pela equipa nesta mesma zona.

A conservação destes povoamentos de floresta mediterrânica é essencial para o fluxo de linces entre as duas populações, assim como para a sua fixação no local.

Depois de muitas décadas, o lince-ibérico voltará a ver-se a vaguear em torno dos antigos lagares de Montoro, Villa del Río e Marmolejo, inclusive bebendo nas mesmas margens do Guadalquivir.

Quem o diria há uma década atrás.