Recuperação da distribuição histórica do Lince ibérico (Lynx pardinus) em Espanha e Portugal. (LIFE10NAT/ES/570)
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Reintrodução de lince-ibérico em Portugal: Início da época de 2017 de libertações de linces em Mértola
17/02/2017
Inicia-se a 17 de fevereiro a nova época de libertações de linces deste ano. Dois linces, um macho e uma fêmea, oriundos do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro em Silves, iniciam a sua vida em meio natural na área do Vale do Guadiana.
Noudar e Niassa são os primeiros animais a ser libertados em 2017, reforçando a viabilidade do núcleo de linces do concelho de Mértola. Estes linces, ao contrário dos seus progenitores fundadores do Programa de Reprodução em Cativeiro, não tiveram contacto direto com humanos e possuem um comportamento selvagem. A equipa de técnicos e tratadores em Silves, acompanhou o seu nascimento e evolução indiretamente, através de um sistema de câmaras de videovigilância, avaliando as suas capacidades com base numa experiência de mais de 5 anos de observação contínua de linces e crias. Seguindo um protocolo estabelecido no Programa Ex situ ibérico, são fornecidos coelhos bravos a estes animais para que as suas aprendizagens de caça fiquem consolidadas. Antes da sua libertação seguem ainda um programa de vacinação e são realizadas análises à sua condição sanitária.
No Vale do Guadiana foram libertados, desde 2015, 17 animais dos quais 12 – Macela, Jacarandá, Mel, Luso, Katmandu, Mesquita, Lagunilla, Mistral, Malva, Liberdade, Mirandilla e Moreira possuem já territórios estabilizados na área do Sítio Rede Natura 2000 Guadiana. Estes indivíduos são monitorizados por uma equipa no terreno através de seguimento rádio e GSM ou de foto-armadilhagem.
O primeiro casal e outros 4 animais que iniciaram o processo de reintrodução em 2014 e 2015, usaram um cercado de adaptação necessário para os fixar e fidelizar à zona. Presentemente o procedimento é o de solta dura de linces em novas zonas, uma vez que já existem linces residentes e que vão estimular os novos indivíduos recém-chegados a estabelecer o seu território independente. A dinâmica espacial da espécie é um fator importante para a sua sobrevivência, sabendo-se que os machos sobrepõem o seu território ao de uma ou mais fêmeas, podendo também realizar movimentos dispersivos e exploratórios de longa distância antes de se estabelecerem.
Os locais de solta no vale do Guadiana são também escolhidos de acordó com a importante colaboração de proprietários e com base nos resultados dos censos sazonais de coelho-bravo realizados por técnicos, vigilantes da natureza e pessoal afeto às zonas de caça. Esta recolha de dados e sua análise permite aferir, com detalhe, a abundância disponível da presa principal da espécie e que é o fator fundamental para cada uma das fêmeas potencialmente reprodutoras estabelecer um território de cerca de 5 quilômetros quadrados.
Estas ações estão integradas no Projeto “Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico (Lynx pardinus) em Espanha e Portugal (LIFE+10/NAT/ES/000570 - Iberlince) co-financiado pela Comissão Europeia e que reúne 22 parceiros dos quais 5 são portugueses – ICNF, Associação Iberlinx, EDIA, Infra-estruturas de Portugal e Câmara Municipal de Moura. No âmbito deste projeto ibérico foi também realizada uma avaliação da atitude social de populações em áreas de reintrodução e têm sido dinamizadas ações de minimização de mortalidade de animais em estradas. O projeto decorre até 2018 e o beneficiário coordenador – a Consejeria de Medio Ambiente y Ordenación del Territorio, Junta de Andalucía - foi premiada em 2016 com o galardão “Prémio dos Cidadãos Europeus” pela colaboração conseguida entre entidades públicas e privadas.
Até março de 2017 serão libertados 8 linces no concelho de Mértola, todos nascidos em cativeiro, há quase um ano atrás, nos cinco centros existentes na Península Ibérica. Em áreas similares em Espanha, nas comunidades autónomas de Extremadura, Castilha - La Mancha e Andaluzia, também já se iniciaram as soltas de animais que o Programa de Reprodução em Cativeiro produziu com este fim. A reintrodução é um processo de restabelecimento de uma população selvagem autónoma e que é levado a cabo a médio e longo prazo, garantindo um reforço populacional e uma diversidade genética adequados.
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