Dehesa

No passado dia 1 fevereiro, a equipa de monitorização de Andújar-Cardeña detetou a fêmea Dehesa em muito mau estado físico. Imediatamente foi montado um dispositivo de captura para avaliação das lesões do exemplar. Dehesa foi capturada no seu território no dia seguinte. Para além de se encontrar muito magra, Dehesa apresentava inúmeras feridas provocadas por mordeduras de outro carnívoro, tanto no lado dorsal do pescoço como nas extremidades. No check-up exploratório procedeu-se ao tratamento e desinfeção de todas as feridas, e a equipa veterinária prescreveu um tratamento com analgésicos e antibióticos durante 10 dias.

Nesse tempo, Dehesa permaneceu no centro de recuperação de espécies ameaçadas “El Blanqueo”, em Granada.

Um vez concluído o tratamento, na quinta-feira dia 23 de fevereiro, voltou a ser realizado um novo check-up ao animal para avaliação da evolução das lesões. No check-up comprovou-se que as feridas estavam curadas e que a fêmea se apresentava uma boa condição física, pesando mais de cinco quilos que no momento da captura. Desta forma, Dehesa foi devolvida ao seu território no mesmo dia.

Dehesa nasceu no Parque Natural de Cardeña, em 2007, e chegou ao seu atual território em pleno coração do vizinho Parque Natural de Andújar, dois anos depois.

Em outubro de 2016, acompanhada pela sua cria de 7 meses, Dehesa deixou o seu território para atravessar a serra de Andújar, permanecendo numa área de olival situada perto da autoestrada A-4 e terminou por se fixar na área semi-urbanizada perto de Andújar. Ali permaneceu até à última semana de janeiro, altura em que regressou rapidamente ao seu território habitual, onde foi detetada há poucos dias em muito mau estado.

Neste caso, a história das lesões provocadas por uma luta feroz, terminou bem para este exemplar e, neste momento, já percorre a Serra de Andújar como fez nos seus últimos 10 anos de vida.

Dehesa teve uma nova oportunidade, graças à monitorização e ao controlo sanitário efetuado no projeto Life+IBERLINCE.