O diretor do projeto LIFE Iberlince, recebeu o prémio Andaluzia Meio Ambiente pela sua carreira professional

A Consejería do Meio Ambiente e Ordenamento do Território atribuiu a Miguel Ángel Simón Mata o Prémio Especial Cinta Castillo pela sua carreira profissional

O biólogo, Miguel Ángel Simón, diretor do projeto LIFE Iberlince “Recuperação da distribuição histórica do lince-ibérico em Espanha e Portugal”, foi distinguido com um dos Prémios Andaluzia Meio Ambiente, que a Consejería do Meio Ambiente e Ordenamento do Território atribui anualmente como reconhecimento do trabalho no meio ambiente realizado por pessoas ou organizações que contribuíram de forma notável para a conservação, proteção e divulgação dos valores do meio ambiente na comunidade autónoma.

Concretamente, Simón recebeu o Prémio Especial Cinta Castillo, em homenagem à ex Consejera do Meio Ambiente, e que reconhece toda a carreira profissional do premiado, ligada especialmente à recuperação de uma espécie, a do lince-ibérico, que chegou a estar em perigo crítico de extinção, e que recuperou consideravelmente, graças em grande parte aos projetos LIFE (ao atual antecederam outros dois) coordenados pelo biólogo natural de Jaén.

O prémio é partilhado com outros premiados, como o cientista do CSIC, José Luis González Rebollar, tendo, igualmente, a Águas Danone-Lanjarón, na categoria de Empresa e Meio Ambiente, o jornalista Ricardo Gamaza, em Comunicação Ambiental, os Corrales de Rota, em Compromisso e Educação Ambiental, o Município de Peal del Becerro, na categoria de Meio Ambiente Urbano e Alterações Climáticas e a Life Programme Unit, na categoria de Valores Naturais da Andaluzia.

Miguel Ángel Simón, uma vida dedicada ao meio ambiente

Miguel Ángel Simón Mata (Jaén, 1954) é diretor do programa LIFE Iberlince “Recuperação da distribuição histórica do lince-ibérico em Espanha e Portugal” (2011-2017, bem como de outros programas LIFE – “Recuperação das populações de lince-ibérico na Andaluzia (2002-2006)” e ”Conservação e reintrodução do lince-ibérico na Andaluzia (2006-2011)”, coordenados pela Consejería do Meio Ambiente e Ordenamento do Território da Andaluzia, e financiados pela Comissão Europeia, graças aos quais conseguiu, com a sua equipa, evitar a extinção do lince-ibérico (Lynx pardinus), que em 2002 contava apenas com 94 exemplares, face aos quase 500 indivíduos na atualidade (segundo os dados dos últimos censos populacionais), fazendo com que o lince passasse de ser uma espécie “em perigo crítico de extinção” a “uma espécie em perigo” (de acordo com a catalogação da IUCN, organismo internacional que cataloga a ameaça das diferentes espécies).

Este biólogo, natural de Jaén, amante do campo, alcançou a recuperação dos territórios históricos do lince-ibérico com métodos completamente inovadores, e tornou possível que o lince-ibérico permaneça e se reproduza por territórios de Espanha e Portugal onde a sua presença até então não era mais do que uma memória de gerações passadas.

Como diretor dos projetos relacionados com a conservação e recuperação do lince-ibérico, foi reconhecido recentemente pelo “LIFE Green Awards” com o melhor projeto LIFE Natureza dos últimos 25 anos, pelo projeto “Conservação e reintrodução do lince-ibérico na Andaluzia (2006-2011)”. Um projeto que foi também distinguido com o prémio “Best of the best", outorgado pelos Estados membros aos melhores projetos executados em toda a União Europeia, como também foi o primeiro dos projetos LIFE liderado por Simón, o da “Recuperação das populações de lince-ibérico na Andaluzia (2002-2006)”.

Ao longo da sua carreia profissional, foi também coordenador e diretor do programa de “Reintrodução da águia marinha (Gypaetus barbatus) na Andaluzia”, a “Estratégia andaluza para o controle de venenos e outras ameaças à fauna”, o “Programa para a conservação do Abutre (Neophron percnopterus) na Andaluzia”, o projeto de “Reintrodução do Veado no Parque Natural de Cazorla, Segura e Las Villas”, do Projeto LIFE “Carta Europeia do Turismo Sustentável”, e o diretor adjunto do “Programa para a conservação do Lobo (Canis lupus) na Andaluzia”. Ainda foi o fundador e Gerente da Fundação Gypaetus, cujos objetivos fundamentais são a conservação das espécies em perigo de extinção, cargo que ocupou até 2006.

Miguel Ángel Simón é o autor ou coautor de mais de 40 publicações em revistas científicas, e recebeu prémios pelo seu trabalho de conservação, como o Prémio Internacional Terras sem Sombra, na categoria da Biodiversidade, pelo trabalho que desempenha para conservar e recuperar o lince-ibérico.