A Consejería do Meio Ambiente irá ceder 4.200 perdizes vermelhas às associações de caçadores e proprietários, no âmbito do programa Life+IBERLINCE

O consejero do Meio Ambiente e Ordenamento do Território, José Fiscal, assistiu em Hinojos à cedência de várias centenas de perdizes vermelhas para a Associação de Caçadores desta localidade, no âmbito do programa Life+IBERLINCE, de Recuperação da Distribuição Histórica do Lince em Espanha e Portugal. Esta medida é a resposta ao estabelecido nos acordos celebrados com associações de caçadores e alguns coutos particulares nas províncias de Huelva, Sevilha e Jaén.

A Junta da Andaluzia irá ceder um total de 4.200 exemplares provenientes da Estação de Produção da Perdiz Vermelha de Andújar. Esta espécie tem um papel muito importante nos programas de conservação da fauna ameaçada e a sua produção destina-se ao repovoamento em propriedades que mantêm acordos com estes programas. O consejero explicou que “embora o lince se alimente fundamentalmente de coelho, é importante aumentar a disponibilidade de alimento em propriedades e áreas públicas em que já foi constatada a presença do lince-ibérico”.

Fiscal, constatou que o papel dos proprietários dos terrenos, tal como o dos caçadores é fundamental para a conservação deste felino, como ficou patente nestes anos com a assinatura de 200 acordos de colaboração numa área de 400.000 hectáreas em toda a Península-Ibérica. “Proteger o lince não só evita a sua extinção, mas também preserva a floresta mediterrânea e gera impactos económicos e sociais positivos”, afirmou.

Dados preliminares dos censos de 2017 e da época de reprodução

Durante este evento, o consejero do Meio Ambiente forneceu os primeiros dados dos censos de 2017, informação provisória, mas que revela um bom ano para o lince.

Sabe-se que pelo menos 35 fêmeas reproduziram-se, e que foram localizadas 78 crias nascidas em liberdade.

Por áreas, em Doñana foram detetadas 11 fêmeas reprodutoras com um mínimo de 20 crias.

Na Serra Morena Oriental, que engloba a população de Guadalmellato-Cardeña e Montoro-Andújar-Guarrizas, constatou-se a reprodução de 24 fêmeas com pelo menos 58 crias.

Fiscal, destacou que nesta anuidade ocorreu um ato atípico na espécie, já que apareceram ninhadas de cinco crias. Esta informação é obtida pelo método da foto-armadilhagem e pelo avistamento direto das ninhadas durante a monitorização rotineira das populações por parte dos técnicos. Estes dados são preliminares porque a campanha normalmente ocorre desde a Primavera até ao Outono, pelo que novas ninhadas poderão aparecer. É de recordar que em 2016 foram contabilizadas 102 crias.