Turismo de Observação do Lince-ibérico na Casa Encendida

Urso, Lince, Lobo e cetáceos sob a atenção de todos

No passado dia 21 de setembro, em Madrid, mais concretamente na Casa Encendida da Fundación Montemadrid, quatro oradores abordaram o tema da conservação e turismo de observação de mamíferos em Espanha. Entre eles, não podia faltar o lince-ibérico como uma das espécies-estrela da fauna ibérica.

O crescente interesse sobre o turismo de observação da fauna selvagem faz com que estas atividades começam a despertar interesse do ponto de vista de conservacionistas, operadores turísticos, administrações e outros agentes interessados neste novo cenário turístico.

A exploração das espécies selvagens e o ambiente que as rodeia como recurso económico, sob o ponto de vista turístico, está a converter-se em algumas áreas num dos principais motores da economia local. Não obstante, este uso de recursos naturais deve ser realizado de forma ordenada, de modo a não causar danos sobre as próprias espécies que são o exponente máximo nos habitats bem conservados. Desta forma, o papel dos projetos de conservação, bem como das administrações responsáveis pela salvaguarda das espécies protegidas, é fundamental para que toda a estrutura económica e social que se construa em torno das espécies seja feita de forma responsável, não apenas através de legislação, mas também com a ajuda de pessoas e hábitos das áreas onde se realizam.

Cada um dos oradores convidados expôs o passado, presente e futuro de cada uma das espécies tratadas.

Sobre o Urso pardo, Guillermo Palomero (Presidente da Fundação Urso Pardo), expôs os problemas enfrentados pela espécie e como o turismo, está a produzir benefícios económicos na economia local da região.

A pessoa encarregada para falar sobre o Lince-Ibérico foi Juan Francisco Ruiz, (Técnico da FOMECAM TERRA e Coordenador do projeto Life+Iberlince em Castilla-La Mancha), que revelou o grande atrativo da espécie para o turismo de natureza e a oportunidade que representa para as áreas rurais com a presença do felino, como valorização de aspetos paisagísticos, naturais e culturais, bem como tornando-se uma marca de qualidade ambiental.

O Lobo-Ibérico foi tratado por Paco Huertas (especialista em Lobo e Turismo de Natureza e locutor da Rádio Nacional), defendendo o lobo como fonte de atração para as zonas onde há registos. Destacou o trabalho do lobo como gestor do ecossistema, sendo de vital importância a seleção que realiza sobre as suas presas, eliminando as menos adaptadas ao meio ambiente, promovendo desta forma um ecossistema mais equilibrado e saudável.

Por último, mas não menos importante, foi a apresentação sobre o turismo de observação de cetáceos, que foi realizada por Carmen M. Arija (Diretora e fundadora da Sea Wolves) que expôs a problemática da conservação dos cetáceos e os benefícios e prejuízos relativamente ao turismo de observação que está a ser realizado em determinadas zonas do país. Tudo isto sob o prisma científico, sem esquecer o trabalho de divulgação e educacional que este tipo de turismo tem.
Durante o encontro, ficou claro que apesar da variedade das espécies tratadas, tanto os benefícios como os inconvenientes destas atividades turísticas são semelhantes nas várias situações, e que a forma para o desenvolvimento sustentável dessas atividades é o respeito pela natureza.

O Projeto agradece a Paco Huertas pela organização deste encontro, e à Casa Encendida pela recetividade demonstrada.