Andaluzia atinge os 402 exemplares de lince-ibérico em 2017, e o resto da Península chega aos 145 indivíduos

O consejero do Meio Ambiente destaca o resultado da conexão entre as áreas de reintrodução do projeto Life+Iberlince

O consejero do Meio Ambiente e Ordenamento do Território, José Fiscal, apresentou os dados provisórios dos censos de lince-ibérico na Andaluzia e na Península-Ibérica.

Durante o ano passado, registou-se um total de 547 exemplares, dos quais 402 encontram-se em território andaluz.

Os censos, ainda que provisórios, uma vez que na Andaluzia os dados atingem os 90 por cento devido à população a monitorizar, como à extensão de território ocupada pelos linces.

José Fiscal referiu que com estes dados confirma-se a positiva evolução das populações do felino mais ameaçado do planeta, que passou de 94 exemplares em 2002 com presença apenas na Andaluzia, para os 547 em 2017 em toda a Península.

Neste sentido, afirmou que a Junta da Andaluzia dedicou-se à conservação deste património natural, único da nossa Península, primeiro pela consolidação das populações de Doñana e Serra Morena, e posteriormente, dando início às reintroduções nas áreas de presença histórica da espécie.

Fiscal, indicou que os resultados dos censos do lince nos últimos anos confirmam o êxito na conservação, e a própria União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), considera a evolução positiva relativamente às populações de Lince-ibérico, reduzindo em 2015 a sua categoria de ameaça de “criticamente ameaçada” para “em perigo”.

Os resultados de 2017 demonstram a consolidação do aumento das populações de lince-ibérico. Atualmente, o número de exemplares quintuplicou. O responsável do Meio Ambiente valorizou os trabalhos do projeto Life+Iberlince nas novas áreas de reintrodução de Portugal, Extremadura e Castilla-La Mancha; onde a população está a crescer conforme o previsto, e onde estão a consolidar-se os objetivos projetados para 5 fêmeas territoriais por zona de reintrodução.

Juntamente com isso, foram iniciadas as conexões entre as diferentes áreas de reintrodução, o que indica que o objetivo a que se propõe o futuro projeto Life Natureza de conectar as diferentes áreas de presença e reintrodução é viável.

Neste sentido, já existe um intercâmbio fluído de exemplares entre Guadalmellato-Cardeña-Andújar-Guarrizas e desta última zona com a Serra Morena oriental, em Ciudad Real. Além disso, alguns exemplares movimentaram-se entre o Vale de Matachel, Badajoz e Montes de Toledo e Serra Norte de Sevilla; e entre Doñana e Vale do Guadiana, Mértola, em Portugal.

Na Andaluzia, apesar de os censos não estarem totalmente terminados, observa-se uma população estável, mantendo-se nos cerca de 400 linces-ibéricos. O crescimento populacional dos últimos anos abrandou devido à doença hemorrágica viríca, que afeta de forma negativa as populações de coelho bravo.

Em 2017, foi realizada uma análise aprofundada para adotarem-se medidas apropriadas face às mortes de lince-ibérico. O ano passado terminou com um total de 58 linces mortos, 41 deles na Andaluzia. Na Península ocorreram 31 atropelamentos, dos quais 18 na Andaluzia, mais 5 do que em 2016.

José Fiscal referiu que há que conviver com o fator atropelamento, mas que a Consejería do Meio Ambiente e Ordenamento do Território continuará a trabalhar para minimizar esse fator.